Dois filmes e a mesma reflexão: quais são os verdadeiros valores humanos? Do que o seres humanos são capazes?
Um dos filmes, é daqueles que você só conseguirá assistir em uma madrugada imprevista. Daqueles filmes que você nunca ouviu falar e que provavelmente não estão no catálogo das locadoras, chama-se Extermínio.
A história não é nada inovadora: macacos contaminados entram em contato com os seres humanos e espalham um vírus mortal, que não mata o ser humano de início, mas o transforma em uma espécie de zumbi, bem a là Eu sou a lenda e Residente Evil.
Porém, o que me chamou a atenção nesse filme não foram as cenas de lutas e ou a busca desesperada e incessante pela cura (o que nesse filme nem chega a acontecer), mas sim a falta de caráter e valores mostrado pelas personagens em determinada parte do filme, principalmente quando se aproxima do desfecho final.
Quando um grupo de 2 mulheres e 1 homem encontram uma base do exercíto percebem que não estão tão seguros quanto imaginaram a principio. Egoísmo, falta de senso humano e uma espécie de "canibalismo" tomam conta do ambiente. O comandante do grupo diz em certo momento: "Que futuro terão 10 homens aqui? Nenhum, nossa única esperança são as mulheres; prometi isso a meus homens." Depois disso princípia uma discussão onde um dos soldados, chamado de "filósofo" pelos outros, diz: "Estamos nos matando ao invés de nos ajudarmos, essa situação está fora de controle, fora do normal". O comandante retruca: "Nós nos matamos desde que existimos, nos matávamos a 4 semanas, quando não havia o vírus, nos matamos agora e tudo está como antes, normal." E ai está a chave da minha reflexão.
Agora o outro filme.
No blog que escrevo juntamente com outros amigos sobre filmes, já fiz um cometário sobre este filme. Chama-se Dogville.
Uma cidade pequena e esquecida recebe a visita de uma garota foragida. Aproveitando a necessidade que a moça tem em ficar escondida, todos tiram proveito do serviços "que não precisam ser feitos" que a moça se disponhe a fazer.
Mas ao passar do tempo esses serviços viram uma obrigação e as pessoas começam a exigir mais e mais de Grace (esse é o nome da garota). Ela se torna escrava dessas "humildes" pessoas que dizem que precisam compensar o risco de manté-la refugiada na cidade.
Desenrola-se então, estupros, mentiras, ameaças, arrogância e todos esse e outros defeitos já consagradamente humanos. Com um final apoteótico o filme faz uma crítica ácida aos valores camuflados dos seres humanos.
Daí surgiu minha reflexão: A alma humana desnuda, com suas maldades, com suas atitudes anti-éticas, traria uma repugnação geral? O ser humano conseguiria viver com a verdade absoluta? Suportariam as fraquezas dos outros?
Dúvido muito, esse mundo de mentira extracorporal é uma bolha de proteção, porém, da qual não nos privamos do julgamento de nossa própria conciência. Afinal, quem conhece nossas depravações e defeitos melhor que nós mesmos? Vivemos então de mentiras e hipocrisias realçadas quando apontamos os defeitos dos outros, quando na verdade então mais presentes em nos mesmo do que em um terceiro.
Você sempre soube disso, só não falou a verdade a si mesmo.