30/06/2008

Qual a sua mesmice?

Estava escrevendo descrições para um projeto daqui do trabalho. E notei que mesmo escrevendo textos alheios uns aos outros, eles começavam a ficar todos meio iguais.


Começava com os adjetivos, logo depois eu colocava o nome do produto que eu estava falando e a conclusão. Comecei a achar os textos bem chatos. Apesar de bem diferentes entre si no conteúdo, estruturalmente eram iguais.


Pensei: "Pwwww vou escrever um texto particular pra ver se tenho um surto fantástico de criatividade". Fiquei chocado. Acabei achando meus texto todos iguais. Percorria os mais diversos tipos: crônicas, contos, dissertações, poemas, desabafos, cambalachos, etc.. Diferenciavam-se apenas pela a ausência ou não de rimas. Droga! Senti-me repetitivo.


Mas olhando por outro lado tudo é repetitivo. Até o mais genial poeta é ciclico. Ler Caieiro, por exemplo, é ler a mesma coisa dita de várias formas diferentes (Aos apaixonados por Caieiro: só o usei como exemplo, acho magnífica sua poesia). O texto de esporte só troca o nome do jogador e a data. O filme tem o galã, o vilão, o romance e final feliz. Então sem crise! vou continua na mesmice descontínua que meu cérebro quer.


Eu acho que na verdade essa repetição é fruto de uma incapacidade que adquiri ao longo dos pensamentos de não conseguir dizer o que penso, o que sinto, o que imagino ou até mesmo o que não sei. Essa incapacidade é resultado de uma merda que se chama: senso crítico.


Seria tão mais fácil achar as coisas boas, assistir o jornal e falar "puxaaaaa!!!" ou decorar inconscientemente aqueles bordões cheio de irregularidades linguísticas. As pessoas perecem tão mais felizes. Seria tão mais vantajoso conseguir ouvir aquela música idiota. As pessoas realmente parecem gostar dela.


Acho que vou continuar na minha mesmice mesmo...cada um tem a sua mesmo!!! Prefiro a minha!

E qual a sua mesmice?

27/06/2008

Audiência e Novela

A eterna novela está chegando ao fim?
Não é de hoje a preocupação do pessoal de marketing da Globo com relação a audiência do canal, principalmente do seu carro chefe: as telenovelas.

Pesquisas de ibope demonstram que a atual novela da oito é a pior em audiência de todos os tempo, e isso se deve a um fator simples: a ascenção (ou copia, como preferir) da Record. Atores "globais", enredo, fotografia e até comerciais ao mesmo tempo.

É a propagação da mesma mesmice. E a novela continua.

Xenofobia?
Espanha, França, Alemanha e outro países europeus, estão seguindo uma tendência de todo o continente: a aversão ao estrangeiro. A Espanha, por exemplo, até paga para o imigrante legal sair do país.

Esses países se esquecem, suponho eu, que sua formação como nação é derivada de uma intensa ação migratória.

Seria uma versão mais moderna do ideais de Hitler?

18/06/2008

Sem ou com texto?

Bom! Melhor que escritor, sou leitor. Adoro textos, principalmente os subjetivos, cercados de pensamentos nebulosos e mentes atormentadas pelo ceticismo. Como é bom se emanharar na confusão do pensar, e imaginar (e só somente isso) como os galhos do pensamento vão se distribuindo sem lógica alguma.


Ler é mole, mole de se conseguir; nada que a primeira série não resolva. Agora decifrar o por-detrás é algo que exige de nós conhecimentos que talvez nunca iremos adquirir. Sim, por trás de um simples texto pode haver calorosas declarações de amor, ego-críticas ácidas ou simplesmente uma senha qualquer, de um banco qualquer, numa ilha qualquer.

As palavras, que assim como os números são infinitos entre si, conseguem em fração de vírgulas transformar opiniões, mudar rumos. Em um curto espaço de ponto decretar um fim inesperado. Em uma d i s p o s i ç ã o d e l e t r a s dar sensação de grande, de forte, torto ou de uma looooooooooooooooooooooooooooooooooooonga espera.


Grandes autores em uma tentativa frustrada de expressar seus pensantes-voadores fixam-se em intraduzíveis fluxos de pensamento. Tais fluxos, ainda assim, só conseguem mostrar palavras soltas e sem “nexo” do que foi pensado. As mãos que são lentas para repassar? Não! O cérebro que é rápido? Talvez. Melhor seria dizer que o pensamento que é complexo demais para compreensão humana, metalinguagem da metalinguagem, zero vezes zero...

Seria então de uma prepotência tamanha tentar desvendar o que passa nas entrelinhas deste mesmo texto que lês? Posso afirmar que sim, nem eu mesmo que escrevi sei.

12/06/2008

Comercial ou Sentimental?

Dia dos namorados.

A exemplo do dia das mães, do dia dos pais, da páscoa, natal e etc. e tal, mais uma data a ser comemorada. Mas, mais que isso! mais uma data para comprar, gastar, faturar, lucrar. É isso ae, vamos fazer o país crescer!

Claro, muitas pessoas ainda vêem um charme nessa data, crêem que seja significativa. Não serei eu o irresponsável a dizer que não há importância: poww que valor tem uma mãe? um pai? a religião (pros que acreditam)? e uma namorada(o)? Muito valor.

Tanto valor, que falo a minha mãe que a amo no dia 7 de janeiro, ou 30 de setembro. Enquanto namorava, demonstrava o que sentia na hora que sentia, fosse de madrugada ou no meio de uma conversa séria.

Pense bem, escolher um dia no mês para homenagiar algo ou alguem é bem vantajoso. Escolhe-se a data a ser comemorada (de preferência de comoção nacional), depois um mês que o comércio não tem nenhum estímulo e pronto, criam-se as data comemorativas. Talvez se não fossem tão comerciais, poderia realmente comemorar, porém...

Deixando isso um pouco de lado, estava pensando: Porque eu SOU alguns dos que hoje não tem um motivo "espacial para comemorar"?

Talvez seja porque não procurO a mesmice, talvez porque eu seja mais um daqueles românticos que criam perfis da pessoa que busco. Na verdade não sei se busco exatamente o que irei descrever ou se repudio o contrário.

Enfim, queria uma pessoa se sentasse na grama, mas que não procurasse assustada as formigas ou algo que possa sujar o short novo. Que conseguisse ao sentar e tirar os sapatos, sentir realmente a gélida-grama, refrescar-se.

Que preferisse um bom papo ao invés de uma boa balada, que se importe com os problemas do mundo e que fizesse piadas de humor negro, de preferência bem más.
Que ouvisse Led, Chico ou qualquer MÚSICA, ao invés de hits do verão em plena temporada de melancia atoladinha.

Um menina-mulher que nos fizesse engraçados e bobos ao mesmo tempo. Que olhasse no horizonte e imaginasse um oceano límpido mesmo numa tarde cinza-triste, esperando algum trem lotado.

Que me fizesse mudar de idéia, ter idéias e copiá-las. Que me fizesse ser criança-adolescente, ser confuso e conciso. Procuro alguem pra poder chorar, aprender, ensinar. Alguem para caminhar sem traçar, olhar sem se reter as linhas. Uma pessoa que inventasse suas próprias cores e formas.

Essa garota não precisa ser nem tão bonita, pois afinal, com tantas qualidades eu estaria rapidamente apaixonado e embrigado por ela. O duro é saber se tal raridade iria querer um chato-exigente do meu naipe...

Parabêns aos que acreditam e aos que não acreditam também. Prefira acreditar na paixão. O amor é chato e acontece uma vez.

A paixão acontece várias vezes por dia, durante vários anos e, dependendo da sua intesidade, "para sempre".

VIVA A PAIXÃO!

06/06/2008

A mala ventando!

Ir para aquele lugar distante talvez fosse uma novidade nunca experimentada na vida dele. Uma vida sem supresas e maiores motivos. Mas agora era novo! sublimemente novo. Que ar puro, dizia experimentando o mesmo de todos os dias. Que dia mais azul, até mais acizentado que tantos outros. Era a novidade.


Comprou o bilhete. Destino? Uma cidadeo perdida na poeira, Carsaloos. Olhou a velha estação com seus trilhos enferrujados de histórias velhas e novas, que talvez foram e serão mais audaciosas que a dele.


E ele já nem ligava para isso. Havia sido promovido a pouco para um alto cargo do departamento administravido, talvez até o o máximo possível naquela fábrica. Um cargo de prestígio e alta remuneração.


Sentou ao lado de uma senhora que lia seu jornal, e pode reparar que a data do jornal era de vinte anos antes.O que estaria essa mulher lendo um jornal de vinte anos atrás? Expulsou esse pensamento e procurou outro fato para contemplar. Que casal mais apaixonado! Que pombo mais sujo (tinha odio à pombos)!


Tantas cenas que enxergava, todas juntas e entrelaçadas correndo trocepeçantes umas nas outras. Realmente era algo magnífico! Barulhento!


Enxergou no alto do morro luzes vindo em sua direção. Quando voltou o olho para se preparar para ficar ancioso, enchergara uma bela e imponente mala, ao que parece totalmente esquecida e despercebida. O trem vindo. Correu o pescoço para direita, esquerda a espreitar se encontrava outro olhar. A mala parecia invisível ninguem a notava.


Levantou com o mínimo de movimento possível, com o máximo de barulho que imaginou e foi em sua direção. O trem vindo. Chegou a dez metros do que tanto o pertubou. O que aquela mala tão galeante estava fazendo abandonada? Procurou navamente os curisoso. Até ele parecia invisível agora.


O trem barulhando. Cinco metros. A luz ofuscante. A mala ventando. Um metro. O trem encostado. O fiscal chamando. O apito do trem. A mão na mala. As costas do trem.


Enfim uma direção diferente; prefiriu amá-la!



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