22/07/2010

Invenção

Só de lembrar
Tantas noites ali conversando... coisas de amanhecer
Os olhares trocados de amizades trocadas
de fantasias abstratas
O céu, imaginar estrelas
Improvisar palavras
que momento
Algumas se mudaram, outras apenas mudaram
Sobraram lembranças, tantas
muitas...
Já se perderam na imaginação que o hoje me provoca
A fantasia e a inocência
me parecem agora muito mais verdadeiras
Nenhuma invenção igual!!
Não sei se aquilo existiu
que foi real... enfim
Faz parte de ser lembrança invenção

15/09/2008

Um chamado João

Se somar tudo o que já caminhou, alcançar a África teria, assim como a Ásia e a qualquer outro ponto do globo. Mas contudo, da sua vidinha ainda não tinha saído. Estaca zero. Ficava nesse ia e vinha, do trabalho para a casa e de casa para a cama. Cançava sem sair do lugar.

Um dia porém, como todos os outros que começavam iguais, principiou diferente. Acordou como de costume e levantou como de-maneira. Ia e três-vinha da sala para o quarto, do quarto para o banheiro e janela. Tomou um gole de café amarquente e saiu.

Encontro o sol fraco e as nuvens espessas. O bom dia corriqueiro dos corre-corres do planejados e acorrentados. O bilhete de mais alguns kilometros sem sair do lugar. Era a vida.

Seu nome é João, mas bem poderia ser Antônio ou 141087. Era um nome que ninguém sabia de quem era. Era um nome.

Pediu ao passante as horas: bastante atrasado estava. Pode ver as gotas carregadas pesarem e, enfim, não evitou que ganhassem sua retina. Sim, olhava para cima, como desde de muito menino não fazia. Vestiu-se de molhado e gripado. Correu para o abrigo da árvore. Era bonita e sisuda, triste de linda.

Resolveu por de repente chuvear a mente. Nem exitou em molher os pés da cabeça. Queria mesmo era refrescar a mente.

Encontrou passeando e escondida uma semente que estava parada no lombo de uma formiga. Viu-se em volta de todas as semente, já floridas e grandes, mas que no passado eram formidas caminhantes que venciam a chuva ou o sol.


O passado veio como uma trovoada e destinou a chorar. Acompanhava tão ou mais a chuva. Cada gota, cada mólecula, cada átomo. Era outono e a chuva tinha de parar. Parou. Assim como previa no sono, naqueles breves cinco minutos seu coração também parou. Voltou a bater mas o corpo não respondeu. Foi o suficiente.

Ninguém reparou no arco-íris que se formou, mas todos repararam no ex-João.

Um pequeno vão, uma vida e um algum chamado João

28/08/2008

Cubículo

Antes de mais tudo... esse texto não é meu, é dela (http://lluaraq.blogspot.com/)

Ela

- que escreve como onda, anda, onda...
- que retrata, trata, trata
- que flui, flui, fui....


escreveu pra mim, e eu para ela.... a mesma mesmice de outra cabeça... Visite o dela e estará visitando a mesma mesmice de sempre.

Obrigado



Eu não tenho valores. Comigo é só niilismo, cinismo, sarcasmo e orgasmo. E eu poderia ganhar um cargo público na França com esse slogan.
Tudo isso é para quem acredita em milagres – ou para quem não sabe dizer a verdade. Sabe, esse mundo está muito apertado, para mim ao menos. Ele está pequeno, um cubículo instável.

Em uma de minhas experiências com psicólogos, um de tantos disse algo mais; segundo ele, eu apenas me fechei para não encarar a realidade. Não tenho problema nenhum, só um autismo existencial. Evito pessoas para não ter o trabalho de me despedir, finjo não sentir para não ter que me explicar, fico no escuro por fechar os olhos. Não sei o que essas coisas querem dizer, nem estou no momento conseguindo colocar aqui algum termo cientifico ou alguma palavra que te force a ir até o Google.
O meu problema é o espaço. Ele está querendo me limitar, não gosto de ser empurrada, eu nem furo fila. Minha ansiedade é visível tanto quanto minha arrogância. Meu desprezo por coisas instantâneas é parcialmente constatado para quem me pergunta mais de uma vez se eu estou bem. Não estou. Nunca estive. Falta-me ar.

Nunca foi lá muito organizada, mas tenho minhas gavetas, as quais enterro metade do meu passado e o que resta do meu presente. Sempre que penso o quanto estou deixando de fazer admito que me entristeço, embora não sinta falta disso. Eu sei usar meu silêncio e busco brindes nas relações com o que me rodeia, gosto de idéias, de coisas. Não gosto de pessoas. Elas me apertam. As que eu tenho me bastam.
E naqueles raros momentos que não há nenhuma motivação oculta... Nós ficamos tão estupefatos que podemos não conseguir reconhecer a verdade.

Julgo tudo o que não sou capaz de fazer, por preguiça ou por medo. Breve, sinto-me como se acreditasse só no que um dia alguém me mostrou, agindo como se nada disso pudesse ser apresentado sob outra perspectiva. Outra pessoa. Após esses freqüentes momentos de lucidez, abro minhas gavetas e procuro algo que não sei o que é; para entregar a alguém que eu não sei quem é. Desconhecidos sempre são mais interessantes quando você perde o controle remoto da sua TV. Sou mais legal aqui, que no mundo real.

Aprendi que o mundo é redondo. Grande mentira! O meu é um quadrado, ou quem sabe uma pequena gaveta quadrada. E se por acaso voce encontrar a chave, favor mandar pelo correio.

22/08/2008

Erro do ego

Um dia que zomba...
E tomba,
retomba
Sobra um cogumelo, um cogumelo
Ego, erro
Preta, cinza ou branca? Enfim a pomba?
A esperança é branda.
E a paz? Uma entidade incapaz?

28/07/2008

Conservaria?

Como seria ser?
Como seria se...?
Como seria em si?
Como seria em dó?
Como seria com dor? Com cor?
Com você ia se si, se dó, sem dor...
Com você ia! Como seria?
Conservaria?

23/07/2008

Tribunaltural

Diante ao abismo olhei para o céu
A nuvem cinza encobria a branca
De mero mortal passei a réu
Minha tv, meu banho quente e toda a merda que fiz
Desde a energia até o simples chafariz
Me colocam num tribuanal sem defesa

Mas consegui um habeas corpus
Num mundo recheado de semi-mortos:
Depressivos, aficcionados e tarados.
Todos de mãos dadas separadas
E juntos em seus umbigos isolados

Me julguem se puder
Me julguem se puder
Não você
Ele, o mundo que destruo
Me condena em um segundo

O julgamento anda rápido
Tanto que já providenciei minhas passagens
Parto agora mesmo sem bagagem
Pois lá serei Rei
Não haverá tristeza
Se lá existir minha lei
E não essa da tal mãe natureza

"E fim de papo"

22/07/2008

Fluxamentementemente....

Mesma Mesmice de Sempre: Café ao sol
Uma estrada, uma café repleto de reflexo do sol. Porém não se pode cobrar muito, afinal é nada mais, nada menos que a continuidade da mente. A menta confusa e recorrentemente estranha, encontra os caminhos mais absurdos de ser ver. Com velocidade máxima permitida alguns entraram no primeiro desvio: eis o erro. Saía sempre o indesejável e intolerável mal-estar. Um café já não é mais solução ou exclusão, tudo vai de encontro àquilo que menos se imagina. Ao acaso nunca os encontra. Na verdade sempre encontra, pois o caminho, mesmo que errado, é um caminho. Pode ser errado agora, o essencial futuramente. Tentas de todas as maneiras: uma luz, um acerto, um beijo. Nada poderá encontrar, nada nunca foi encontrado. Já tentaram achar a vida, a paz, a emoção, a porra do amor. Tudo em vão. E continuarão indo, vão em paz. E por maior que seja o vão entre nossa concepção daquilo que realmente é, você sempre tentará pular. Talvez sua visão o confuda. Distancia que parece menor do que realmente é. Aí, o ser humano, super-desumano, começa com suas crises, perguntas sem respostas que sempre retornam a atormentar. O pulo não foi em vão? Talvez, porém como voltar e contar? A morte é certa? Incerta? O que é certo? Nunca encontrará as respostas, já nem sabe as perguntas. Elas mudam constantemente e inconcientemente. Que controle tens de si mesmo, se nem consegues dizer o que vais pensar daqui a pouco? Pois não é o pensar que nos move? Então, eu mesmo nesse fluxo pensamental sem nexo para você, mero mortal de si, encontro meus caminhos. De certa forma confuso, aterrorizante as vezes. Caio no mesmo erro todos os dias: acordar e me perguntar. Não te cansas, de cair em contradição, mera besteira. Passa, mas volta. Encontra em tudo um parceiro ideal, um casal romanticamente deprimido. Sugue toda possibilidade. A dor, a tristeza não daqueles sentimentos habituais do seu dia-a-dia, talvez sejam na tua incessante mentira-de-si-mesmo...
Um café, o sol lá fora e a estrada no horizonte continuam

17/07/2008

Verbar

Amar é forte, mas sofrer por amor é mais.
Sofrer também é, mas não saber o porquê é pior.
Saber demais é enlouquecedor para alguns, para outros é solução.
Solucionar é razão de muitas buscas, buscar sem encontrar é decepcionante para outros.
Decepcionar é trágico para a maioria das pessoas. Para outros é natural como respirar.
Respirar é existêncial, deixar de respirar é espiritual.
Deixar é o início para muitos, e o fim para tantos.
Acabar pode ser um alívio ou uma dor.
Uma dor pode ser amar ou qualquer outro verbo que o contexto conjugar

Com que intensidade você conjuga?

15/07/2008

A vida é um desafio!

Por fatalidade do destino uma pessoa que conheci me fez desgostar de RAP... mesmo assim

Racionais MC's

"Conheci o paraíso e eu conheço o inferno
Vi jesus de calça bege e o diabo vestido de terno
Mundo moderno, as pessoas não se falam
Ao contrário, se calam, se pisam, se traem, se matam
Embaralho as cartas da inveja e da traição
Copa, ouro e uma espada na mão
O que é bom, é pra si e o que sobra, é do outro
Que nem o sol que aquece, mas também apodrece o esgoto
É muito louco olhar as pessoas
A atitude do mal influencia a minoria boa
Morrer a toa que mais, matar a toa que mais
Ser presa a toa, sonhando com uma fita boa
A vida voa e o futuro pega
Quem se firmo, falo
Quem não, ganho o jogo entrega
Mais um queda em 15 milhões
Na mais rica metrópole suas varias contradições
É incontável, inaceitável, implacável, inevitável
Ver o lado miserável se sujeitando com migalhas, favores
Se esquivando entre noite de medo e horrores
Qual é a fita, a treta, a cena?
A gente reza, foge continua sempre os mesmo problemas
Mulher e dinheiro tá sempre envolvido
Vaidade, ambição, munição pra criar inimigo
Desde o povo antigo foi sempre assim
Quem não se lembra que Abel foi morto por Caim
Enfim, quero vencer sem pilantrar com ninguém
Quero dinheiro sem pisar na cabeça de alguém
O certo é certo na guerra ou na paz
Se for um sonho não me acorde nunca mais
Roleta russa quanto custa engatilhar
Eu pago o dobro pra você em mim acreditar"

14/07/2008

Despedida

- Não posso escrever sobre isso!
- Mas por quê?
- Porque não te vejo como amiga, sinto atração por você.
- Eu tambêm. E acho que isso não vai acabar nem quando formos velhinhos.
- E você casada heim!?!?!
- ...!